sábado, 14 de abril de 2012

Organizando o caótico



Em busca dos clássicos da literatura, viajo agora da Rússia para a França (tudo de bom).
Émile Zola me aguarda. Que inveja, ele era grande amigo de Paul Cézanne. Manet, Pissarro e Flaubert também eram conhecidos. Teve sua carreira de escritor em risco, com a obra: "Eu Acuso" A Verdade Em Marcha - J´accuse - constituída por uma série de cartas destinadas ao presidente da França e publicadas num jornal.
Nelas, ele defende abertamente  a inocência de um cidadão francês, Albert Dreyfuss, judeu, acusado injustamente de traição, numa postura francamente antissemita do governo e do exército. Devido ao fato, o autor foi condenado, indo viver na Inglaterra. A inocência de Dreyfuss foi comprovada e a injustiça foi reconhecida pelo governo francês em 1906, tendo Zola já falecido à época. Sua morte é envolta em suspeitas, afirmando alguns que ele teria morrido asfixiado por monóxido de carbono enquanto dormia.
Pois é com esta obra, "J´accuse", que eu mergulho em Zola. Nada de brilhantismos literários, nada de um grande clássico, mas um grande marco jornalístico, com suas denúncias abertas publicadas no jornal L´Aurore. 
Eu queria conhecer bem a história e o que na verdade se passou com Dreyfuss. Claro que não poderia parar por aí, e leio, ainda do autor, "A Morte de Olivier Bécaille".............ufa...........fantástico, imperdível, "Nantas" e "A Inundação" (outra leitura imperdível).
"Olivier Bécaille" é um homem que vive uma angústia imensa numa experiência terrível de ser enterrado vivo. Consegue sair de seu caixão e de seu túmulo, e o que consegue elaborar de sua vida após, é simplesmente inusitado. Excelente conto.
Em "Nantas", um mergulho profundo e muito interessante nos desejos mais íntimos de um homem.
"A Inundação", comprova o gênio da narrativa cruel e angustiante em Zola.

Um capítulo a parte, GERMINAL.
Entre os GRANDES monstros da literatura.
Simplesmente genial, e merece uma escrita a parte.

O caos vem a seguir, pois embarco para os Estados Unidos, e ataco de John Steinbeck e "As Vinhas da Ira".
Que surpresa!!! Que maravilha!!! Que bom ter feito a viagem!!!
 Se eu pudesse aconselhar a todos, eu diria: NÃO SE PODE MORRER SEM LER ESTE LIVRO.
Steinbeck vai a fundo no drama social, descreve magistralmente uma época da história americana, ao mesmo tempo em que aborda a essência humana diante de situações as mais críticas e miseráveis possíveis. Assuntos como a morte, o crime, o descaso e a transgressão, são tratados objetivamente, tal como foi possível ser vivido pelos desafortunados personagens que ficaram de fora entre os eleitos do sistema capitalista americano. É o retrato mais bem feito dos tempos da depressão. (1930)
Para quem se interessa e gosta de saber da história, eis aí um livro atual. Os mesmos personagens rondam o nosso país e muitos outros.
Sobre a obra, foi feita a adaptação cinematográfica, dirigida por John Ford e com a participação magistral de Henri Fonda.
Steinbeck foi agraciado com dois dos maiores prêmios literários: O Pulitzer e o Nobel.
Grande!!!

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