sábado, 14 de abril de 2012

Exercitando o amor (ao Jean)





Segure carinhosamente as mãos do seu amor.
As duas, como se fossem um ponto de equilíbrio a todo o seu corpo.
Aproxime-as de seu peito, e lentamente, vá transferindo a pressão do peso que antes estava sobre ele, até que o sinta apoiado e entregue a você.
Fique assim um pouquinho.
Não diga nada.
Você deve estar segura de que esta é a hora de viajar em seu desejo.
Ele percebe o seu convite e não terá como recusá-lo.
Não hesite, o amor pede assim, e é preciso atravessá-lo em todas as possibilidades.
Você já consegue ouvir a sua respiração?
Se for preciso, aproxime-se mais.
Não é difícil chegar até o lugar de seus segredos. Lembre-se, é bem ali que você sonhou.
Esvazie-se do que o mundo lhe ensinou, não é hora de sabedorias.
Você pode se despir, ou deixar que seu amor o faça. Se preferir, dispa-o você, não tem regras fixas.
Ou fiquem vestidos, mas não percam a sintonia.
A música deve ser a mesma para os dois, e os passos da dança bem afinados. Mesmo sem ensaios, os olhares guiarão ritmos e variações.
Acompanhe, ou comande, ou aceite. Ou nada disto.
Esqueça o tempo, não mais cronológico. Viva-o, mesmo perdido de todos os ponteiros e acertos.
Desvele-se sem perder o que se desvelará em seu amor.
Eis aí a viagem maior.
Sem ela, você vai apenas pensar que amou.

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