Fitzgerald é oriundo de uma família de irlandeses, católicos. O pai instruído e pobre, a mãe, sem instrução, mas de uma família pobre que prosperou no comércio.
Este é um ponto importante a destacar antes de ler suas obras, pois, parece-me que sua escrita está sempre oscilando exatamente aí. O conhecimento como uma glória a ser exibida, o dinheiro, as classes sociais, o charme, a pobreza. Finalmente, o próprio retrato da sociedade americana à sua época. Dizem que ele retratou muito bem a era do apogeu do jazz, mas eu acredito que, muito mais do que isto, um momento histórico social.
O romance "Os Belos e Malditos", fala da vida de um casal. A aproximação entre os dois, o conhecimento e todas as diferenças culturais, uma proposta de vida, já de saída, sem o menor futuro, o gozar a vida simplesmente inútil, já que o fim é inexorável e para todos, pobres e ricos.
Em suma, um casal "capturado" nas próprias origens do autor, sem saídas, sem conseguir escolher diante de uma divisão, muito bem mostrada no decorrer do romance.
Li quando jovem, e se bem me lembro, "Suave é a Noite", outro de seus livros conhecidos, retrata quase que a mesma coisa: um enigma paralisante, e que os condena às margens da sociedade, à contestação, quase sempre terminando no alcoolismo, no vazio, no inútil de uma existência, marcada pelo total sem-sentido.
Como foi o próprio fim de F. Scott Fitzgerald. Endividado, alcoólatra, no fundo do poço.
Merece ser lido.
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