quarta-feira, 18 de abril de 2012

LIVRO: O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald



 

É possível, sim, emocionar-se e encantar-se por mais de uma vez com a mesma obra, ou o estilo de um autor.

Li Fitzgerald ainda jovem, assim como assisti alguns filmes inspirados em seus livros.
Recentemente, li "Os Belos e Malditos" e gostei, ficando-me o desejo de retomar toda essa escrita fascinante.

Não vi o filme, "The Great Gatsby", que vou buscar urgente em alguma locadora.
Mas o livro, comprei-o em um aeroporto, inquieta com a espera e o trajeto de volta para casa.
Não vi mais o tempo passar, e a viagem transformou-se num "pulinho".
Terminei de lê-lo em menos de 24 horas, um fato inédito para mim.

"Gatsby acreditara na luzinha verde, naquele futuro orgiástico que ano após ano se afasta de nós. O futuro já nos iludiu tantas vezes, mas não importa...Amanhã correremos mais depressa e esticaremos nossos braços um pouco mais além até que, em uma bela manhã...
E assim nós prosseguiremos, barcos contra a corrente, empurrados incessantemente de volta ao passado".


Assim é o final de uma história, e dizer que tal história retrata fielmente os loucos anos 20 de uma geração americana, impactada pela guerra e com o início da industrialização, é um lugar comum, é repetir o que todos os críticos disseram sobre o que mais marcou a obra do escritor.

Dizem que o editor desse livro chegou a criticá-lo pela composição "vaga" do passado de Gatsby, dizendo-lhe que a história da ascensão social desse personagem teria que ser mais detalhada e elaborada. Mas Fitzgerald insistiu em fazê-lo de uma maneira passageira em um dos capítulos, reforçando a brevidade e a impossibilidade de um sonho, a saber, o seu próprio passado, um sonho americano.

Personagens frívolos, belos e glamourosos desfilam pelas festas de Gatsby, tal como a rapidez e impermanência de suas próprias vidas. Dali, nada se sustenta, a não ser a desilusão. Aí sim, o autor é rico em detalhes, interpondo muita beleza diante da cruel finalidade de vida de cada um.
Paixão, amor, cinismo e ambição, acontecem e mudam de lugar como num piscar de olhos.

A Gatsby, resta uma luzinha verde, esperança romântica do que poderia ter sido.
A Fitzgerald, apenas um vazio incontornável.

Grande obra, de um dos grandes autores americanos do século XX.

PS: Acabei de ler Hemingway, "Paris é uma Festa", em que o autor conhece e se vê diante da "fragilidade" da personalidade de Fitzgerald.
Gatsby era então, apenas um projeto do romancista.


Nenhum comentário:

Postar um comentário